sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

MANIFESTO – O PT E A GREVE DOS TRABALHADORES DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO: PARTIDO É PRA LUTAR!


Acredito que "viver significa tomar partido". A indiferença é o peso morto da história. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.  Trechos do texto “Os Indiferentes” de Antonio Gramsci.

Nos últimos dias, temos visto uma verdadeira guerra ao movimento das trabalhadoras e dos trabalhadores em educação do Estado de Goiás, por meio da imprensa e do judiciário - igualmente subservientes à administração tucana.

A greve foi deflagrada porque o governo estadual  achatou a carreira e atacou direitos conquistados pelos professores, incorporando as gratificações aos seus vencimentos, justificando mentirosamente o pagamento do piso salarial. Estima-se que mais de seis mil trabalhadores em Educação possuem vencimento inferior a um salário mínimo. Os funcionários técnico-administrativos também tiveram seus vencimentos achatados no meio do ano, uma vez que o governo reajustou o salário mínimo estadual, mas não o repassou para toda a categoria. Para os aposentados, os prejuízos são ainda  maiores; eles não terão a chance de repor as perdas salariais originadas com a brutal redução da gratificação por titularidade, substituída por desempenho (meritocracia) e assiduidade.

Esta medida é um forte golpe na qualidade da educação publica do Estado, uma vez que reduz as gratificações por qualificação e, o aumento da gratificação por presença em sala de aula, desestímula o professor da rede estadual a qualificar-se.

Com a conhecida tática de acabar com a oposição, baseada no tripé cooptar-desqualificar-ameaçar, o governo tucano tentou, primeiramente, dividir o movimento dos professores, divulgando que só estavam reclamando os que ganhavam mais; como a tática não deu resultado, partiu para a desqualificação do movimento ignorando todas suas reivindicações. Como a greve continua crescendo, partiu para as ameaças, entre elas, o corte de ponto dos grevistas.

As denúncias de que a greve tem motivações “partidárias”, não nos intimidam. Os petistas sempre estiveram inseridos nos movimentos sociais, impulsionando as lutas e fazendo greves, como no caso dos trabalhadores da rede municipal de ensino nas administrações petistas de Darci Accorsi (1993-1996), Pedro Wilson (2001-2004) e Paulo Garcia (2010-2012), em Goiânia; nas greves dos trabalhadores da educação no Sergipe, Governo Déda, e no Rio Grande do Sul nos Governos de Olívio Dutra e Tarso Genro.

Reafirmamos nossa solidariedade aos companheiros e companheiras em greve da rede estadual de educação e ao SINTEGO; repudiamos a ação autoritária e dissimulada do governo Marconi ao retirar direitos; repudiamos o autoritarismo do Judiciário goiano, que agora voltou atraz ao perceber a besteira feita, mas passou por cima do direito de greve conquistado com suor e sangue de bravos camaradas.  

E nós continuaremos onde sempre estivemos. Marchando  com as Vadias, a juventude, as Margaridas e o  MST; marchando contra a homofobia, o racismo e o machismo; marchando pela cultura, com os excluídos, a CUT e trabalhadores da Educação. Marchar, como sugere Guimarães Rosa, “junto à terceira margem do rio”, porque PT é pra lutar!

Assinam esse manifesto:

Walderês Nunes Loureiro – Professora da UFG e ex-secretária de educação do município de Goiânia;
Izabel Teixeira Campos (Izabelzinha) – Professora licenciada da rede estadual de educação;
Elcivan França – professor da rede municipal de educação e coordenador do setorial de educação do PT;
Marcos Loureiro – Professor aposentado da UFG;
Marcio Scott – Professor da rede estadual de educação;
Ruberval Gonçalves – Professor da rede municipal de educação de Aparecida de Goiânia;
Eduardo Loureiro – Militante do PT e da tendência Articulação de Esquerda;
Meire Carvalho – Feminista, Professora da UFG e vice-diretora do Campus da Cidade de Goiás;
Rodrigo Noronha – Agrônomo e servidor da AGRODEFESA em Alto Paraíso;
João Felipe – Militante do PT e da tendência Articulação de Esquerda;
Wilmar Ferraz – secretario de cultura do PT em Goiás e militante da tendência Democracia Socialista;
Allan Hanheman – Advogado e professor da UFG;
Ângela Cristina – Licenciada em história e educadora popular da RECID;
Flávio Batista – estudante de geografia (licenciatura) na UFG e militante do movimento estudantil;
Jefferson Acevedo – estudante de história (licenciatura) na UEG e militante do movimento estudantil;
Gilmar Barbosa – professor da rede municipal de educação de Goiânia;
Claudio Francisco – militante do PT;
Danilo Alencar – Ator e diretor de teatro;
Joaquim Soriano – dirigente nacional do PT;
Vanda de Sá Vieira – Policial Militar;
Mara Emília Gomes Gonçalves - professora e militante da Articulação de Esquerda, tendência interna do PT;