quarta-feira, 27 de abril de 2011

Lula, Dilma e o futuro do Brasil - Emir Sader

Os brasileiros foram decidindo, ao longo dos últimos anos, o tipo de país que queremos. Lula tornou-se o presidente de todos os brasileiros, ancorado em um modelo econômico e social de democratização do país. Reformulou o modelo econômico e o acoplou indissoluvelmente a políticas sociais de distribuição de renda, de criação de emprego e de resgate da massa mais pobre do país. Dilma pretende consolidar essa hegemonia também no plano político.

Mas a questão essencial, aberta, sobre o futuro do Brasil, não se dará nesses planos: o modelo econômico, submetido a difíceis e inevitáveis readequações, será esse, com aprofundamento e extensão das politicas sociais. A possibilidade do governo consolidar sua maioria e de se intensificar e estender a sangria da oposição, é muito grande.

A questão fundamental que decidirá o futuro do Brasil se dá no plano dos valores. Nosso país foi profundamente transformado em décadas recentes. Esgotado o impulso democrático pela frustração de termos um governo que democratizasse o país não apenas no plano político e institucional, mas também nas profundas estruturas injustas e monopólicas geradas e/ou consolidadas na ditadura, sofremos a ofensiva neoliberal dos governos Collor, Itamar e FHC, que não apenas transformaram o Estado e a sociedade brasileiros, mas também os valores predominantes no país.

O resgate no plano da economia e das relações sociais que o governo Lula logrou - e a que o governo Dilma dá continuidade – não afetou os valores predominantes instalados na década anterior. O justo atendimento das necessidades de acesso aos bens e serviços básicos de consumo da massa mais pobre da população foi acompanhada, pela retomada da expansão econômica, pela continuidade e a extensão dos estilos de consumo e dos valores correspondentes gerados no período anterior.

Que valores são esses? Eles se fundamentam na concepção neoliberal da centralidade do mercado em detrimento dos direitos, do consumidor em detrimento do cidadão, da competição em detrimento do justo atendimento das necessidades de todos. É o chamado “modo de vida norteamericano”, que se difundiu com a globalização e com a hegemonia mundial que os EUA conquistaram no final da guerra fria, com o fim do mundo bipolar e sua ascensão a única potencia global.

Trata-se de uma visão do mundo não centrada nos direitos, na justiça, na igualdade, mas na competição entre todos no mercado, esse espaço profundamente desigual e injusto, que não reconhece direitos, que multiplica incessantemente a concentração de riqueza e a marginalização da grande maioria.

A extensão do acesso ao consumo para todos e o monopólio dos meios de comunicação – concentrados em empresas financiadas pelos grandes monopólios privados – favoreceram que as transformações econômicas e sociais não tivessem desdobramentos no plano da ideologia, dos valores, no plano cultural e educativo. No momento em que a ascensão social das camadas pobres da população ganha uma dimensão extraordinária, o tema dos valores que essas novas camadas que conseguem, pela primeira vez, ter acesso a bens fundamentais, fica em aberto que valores serão assumidos por esses setores, majoritários na sociedade brasileira.

Não por acaso setores opositores, em meio a uma profunda crise de identidade, tentam apontar para essas camadas sociais ascendentes como seu objetivo, para buscar novas bases sociais de apoio. E o próprio governo tem consciência que na disputa sobre os valores desses setores ascendentes se joga o futuro da sociedade brasileira.

Há várias questões pendentes, preocupantes, com que o governo Dilma se enfrenta. As readequações da política econômica não conseguiram ainda dar conta da extensão dos problemas a enfrentar: taxas de juros altas e em processo de elevação, desindustrialização, riscos inflacionários, insatisfação com o aumento do salario mínimo – para citar apenas alguns.

Da mesma forma que as condições em que se dão obras do PAC revela como a acelerada busca dos objetivos do plano não levou devidamente em consideração as condições a que as empreiteiras submetem as dezenas de milhares de trabalhadores das obras mais importantes do governo federal. Jirau, Santo Antonio, Belo Monte – são temas que estão longe de ter sido devidamente equacionados.

As mudanças, mesmo se de nuance, na politica externa, suscitam perguntas sobre se a equilibrada formulação de perseguir o respeito aos direitos humanos sem distinção do país, se reflete na realidade, quando inseridas em um mundo extremamente assimétrico, em que, por exemplo, o Irã é denunciado, enquanto os EUA – por Guantánamo – e Israel – pela Palestina – não são tratados da mesma forma. Em que a Líbia é bombardeada, enquanto se trata de maneira diferenciada a países em que se dá o mesmo tipo de movimento opositor, como o Iémen e o Bahrein, para citar apenas alguns casos. Se iniciativas que impeçam que se trate, objetivamente, de dois pesos, duas medidas, não forem tomadas, o equilíbrio que se busca não se refletirá no conflitivo e desequilibrado marco de relações internacionais.

Mas a questão estrategicamente central - mencionada anteriormente - é a questão das ideias, dos valores, da cultura, das formas de sociabilidade. Nisso, as dificuldades na politica cultural (retrocessos, isolamento politico, ausência de propostas, falta de consciência da dimensão da politica cultural no Brasil contemporâneo), na educativa - com a indispensável e estreita articulação entre politicas educativas e culturais - e o seu desdobramento fundamental nas politicas de comunicação, são os elementos chave. Com a integração das políticas sociais – do Bolsa Família às praças do PAC -, das politicas de direitos – dos direitos humanos aos das mulheres e de todos os setores ainda postergados no plano da cidadania plena – deveria ir se constituindo uma estratégica ampla e global para promover e favorecer formas solidárias e humanistas de sociabilidade. Para que estejamos a favor do governo não apenas porque nossa situação individual está melhor, mas porque o principal problema que o Brasil arrasta ao longo do tempo – a desigualdade, a injustiça social, a marginalização das camadas mais pobres – tem tido respostas positivas e sua superação é o principal objetivo do governo.

Foi criada no Brasil uma nova maioria social e politica, que elegeu, reelegeu Lula e elegeu Dilma. Trata-se agora de consolidar essa nova maioria no plano das ideias, dos valores, da ideologia, da cultura. Esse o maior e decisivo desafio, que vai definir a fisionomia do Brasil da primeira metade do século XXI.

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=696

sábado, 23 de abril de 2011

Página 13 de Maio e Tribuna de Debates do I Congresso da AE

“O governo Dilma será tanto melhor, quanto mais combativa for a classe trabalhadora”, essa é a matéria de capa do jornal em alusão ao 1º de maio, traz ainda artigo de Wladimir Pomar sobre “A direita e nós”, de Pedro Kemp com o título “Sai ou vai parar no Judiciário?” sobre a reforma política, “Dia internacional de luta” é a matéria de Expedito Solaney sobre o 1° de maio, Luiz de Carvalho escreve sobre “A luta em Jirau”, entrevistas com o presidente da CUT de Sergipe e com a ministra Iriny Lopes sobre os 100 primeiros dias de minsitério, a luta dos jornalistas é tema de Elida Miranda, o jornal reproduz a Carta Aberta que a Coordenação dos Movimentos Sociais no Distrito Federal dirigiu ao Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, artigo em forma de Carta aberta ao deputado Jair Bolsonaro escrito por Rodrigo César, artigo sobre a crise na Líbia por Max Altman e Valmir Assunção escrevendo sobre a luta pela reforma agrária.

Para acessar o pagina 13 e a tribuna de debates click no link: http://pagina13.org.br/?p=7868

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Valter Pomar: Sem esquecimento, sem perdão, sem temor

Data: 31/03/2011
O golpe de 1964 não é apenas passado, nem foi só obra de generais hoje aposentados e mortos. Quando um deputado diz ter saudade da ditadura, quando um candidato presidencial se alia a generais de pijama e a organizações de ultra-direita, quando um ditador é homenageado por uma turma de formandos de uma escola militar, quando um ministro diz que a Anistia impede a justiça de apreciar crimes contra a humanidade, não estamos diante de saudosismos inconsequentes. Estamos vendo e ouvindo uma parte da elite brasileira dizer o seguinte: quebramos a legalidade e algum dia poderemos voltar a quebrar. O artigo é de Valter Pomar.

por Valter Pomar, em Carta Maior

Muitos de nossos amigos latino-americanos não conseguem entender por qual motivo os governos brasileiros pós-ditadura pegaram tão leve com aqueles que romperam com a legalidade, sequestraram, torturaram, mataram e desapareceram.

Neste quesito, os governos pós-ditadura na Argentina, Chile e Uruguai foram muito mais efetivos no combate aos crimes das ditaduras, do que os governos Sarney, Collor, FHC e Lula.

Nossos amigos não entendem, e muitos de nós tampouco entendem, paradoxos como a convivência, no mesmo governo, de uma presidenta que foi presa e torturada, com um general para quem fato histórico é codinome para crime que merece ser perdoado. Ou de ministros que defendem a Comissão da Verdade, com outros para quem a Lei da Anistia imposta pela ditadura permite que autores de crimes contra a humanidade escapem de julgamento.

A persistência desta situação revela, mais do que a força da direita, a incapacidade que parte da esquerda tem de perceber os riscos que corremos ao agir desta forma. Afinal, o golpe de 1964 não é apenas passado, nem foi apenas obra de generais hoje aposentados e mortos.

O golpe de 1964 foi a resposta dada por uma parte da elite brasileira, contra um governo progressista. Foi uma das batalhas da guerra travada, ao longo de todo o século XX, entre as vias conservadora e progressista de desenvolvimento do capitalismo brasileiro.

A via conservadora é aquela que desenvolveu o capitalismo, preservando os piores traços de nosso passado escravista e colonial. A via progressista é aquela que buscou e busca combinar crescimento capitalista, com reformas sociais, democracia política e soberania nacional.

O golpe de 1964 foi executado por uma coalizão cívico-militar. Os militares foram o partido armado do grande empresariado, do latifúndio e dos capitais estrangeiros. Muitas das empresas envolvidas no golpe, ou que cresceram durante o período da ditadura, seguem atuantes. As Organizações Globo, por exemplo.
Hoje, prossegue a guerra entre aquelas duas vias de desenvolvimento. O governo Dilma, assim como o governo Lula, constituem expressões atuais da via progressista. E a campanha reacionária feita por Serra, nas eleições presidenciais de 2012, traduziu os sentimentos e os interesses dos legítimos defensores da via conservadora (alguns dos quais, é bom dizer, buscaram e encontraram abrigo do lado de cá).

Quando um deputado diz ter saudade da ditadura militar, quando um candidato presidencial se alia a generais de pijama e a organizações de ultra-direita, quando um ditador é homenageado por uma turma de formandos de uma escola militar, quando um ministro diz que a Anistia impede a justiça de apreciar crimes contra a humanidade, não estamos diante de saudosismos inconsequentes.

Estamos, isto sim, vendo e ouvindo uma parte da elite brasileira dizer o seguinte: quebramos a legalidade e algum dia poderemos voltar a quebrar; desconsideramos a voz das urnas e algum dia poderemos voltar a desconsiderar.

Uma esquerda que defende os direitos humanos de maneira consequente, deve lembrar que a impunidade dos torturadores de ontem, favorece os que hoje torturam presos ditos comuns. Uma esquerda que defende uma via eleitoral, tem motivos em dobro para ser implacável contra os que defendem a legitimidade de golpes. E uma esquerda que se pretende latinoamericanista precisa lembrar que o golpe de 1964 foi, em certo sentido, o início de um ciclo ditadorial que se espalhou por todo o continente.

E que ninguém ache que golpes são coisas do passado. Honduras, bem como as tentativas feitas no Equador e Venezuela, Bolivia e Paraguai, mostram que os Estados Unidos e parte expressiva das elites locais têm uma visão totalmente instrumental da democracia. E o reacionarismo atual de parte das chamadas classes médias não deixada nada a dever frente aquele que mobilizou, em 1964, as marchas com Deus, pela Família e pela Propriedade.

Por tudo isto, temos todos os motivos para dar o exemplo. Como nossos amigos de outros países da América Latina, não devemos temer, não podemos esquecer e não podemos perdoar.

* Valter Pomar é membro do Diretório Nacional do PT

Entrevista de Iole Íliada, Secretaria de Relações Internacionais do PT: Aos 20 anos, Mercosul se consolida como força de integração

"A Dilma declarou que o Mercosul é uma das prioridades do governo". A declaração da presidenta é um motivo a mais para comemoração dos 20 anos do Mercosul, e tem empolgado os especialistas em relações internacionais. O compromisso de Dilma foi lembrado em entrevista exclusiva ao Portal do PT, pela secretária de Relações Internacionais do partido, Iole Ilíada.

Na história, a contraposição à ideia neoliberal de criar a Alca foi um dos pontos marcantes nesses 20 anos do Mercosul. Outro ponto fundamental foi a entrada de um presidente vindo das bases, como foi Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil; e também Nestor Kirchner, na Argentina. Conhecidos como países em desenvolvimento, os sul-americanos foram crescendo e principalmente se unindo. Hoje, após 20 anos de criação do Mercosul, muita coisa mudou, e o bloco é sondado inclusive para parcerias com a União Européia.

Para a secretária de Relações Internacionais do PT, Iole Ilíada, um dos marcos foi a união para sair da recente crise neoliberal, que teria inclusive salvo o Mercosul. O bloco comum da América do Sul serve hoje de inspiração para o fortalecimento de um organismo maior e mais forte, a Unasul, União de Nações Sul-americanas.

Ilíada afirma que o contexto de surgimento do Mercosul era totalmente diferente. Com a crise do modelo neoliberal, no final da década de 90, o Mercosul se enfraquece e muitos falaram em aderir à Alca, a organização econômica defendida e liderada pelos Estados Unidos. (Chico Daniel e Ricardo Weg -- Portal do PT).

Veja  a entrevista no link: http://www.youtube.com/watch?v=uYcqxYVmSSs

Ministra Iriny destaca crescimento político das mulheres com o governo Dilma

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, disse que a posse de Severine Macedo, como Secretária Nacional de Juventude da Presidência da República "Demonstra a capacidade de crescimento político das mulheres de nosso país". Iriny, que até há pouco tempo era dirigente do PT, na condição de secretária de relações internacionais, acredita que estamos colhendo os frutos de construirmos um partido que levou a questão de gênero como estratégica. A ministra, que se reelegeu deputada federal em 2010, lembra que a chegada de Severine ao governo "significa que a eleição da presidenta Dilma está ampliando efetivamente o espaço das mulheres". (Chico Daniel - Portal do PT)

Veja mais no site: http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/governo-dilma-41/ministra-iriny-destaca-crescimento-politico-das-mulheres-com-o-governo-dilma-57101.html

quinta-feira, 21 de abril de 2011

CartaCapital: Manuscritos inéditos de Maurício Grabois no Araguaia

de CartaCapital
Durante 605 dias, o Velho Mário, nome verdadeiro Maurício Grabois, dirigente histórico do PCdoB e líder da Guerrilha do Araguaia, registrou em diário a saga dos 68 combatentes que se isolaram na Amazônia com o propósito de tomar o poder dos militares. Entre registros factuais e impressões pessoais, o comandante escreveu mais de 86 mil palavras até ser executado pelos militares em 25 de dezembro de 1973. O diário foi recolhido pelos seus algozes e, posteriormente, copiado em forma de documento digitado e guardado na grande gaveta de papéis secretos do Exército.

O mistério acabou. CartaCapital obteve uma cópia integral do diário. Trata-se de uma visão particular de Grabois, quase sempre sozinho a anotar os momentos de angústia e tensão na mata. Em entrevista, o jornalista Lucas Figueiredo, autor da reportagem de capa da edição que chega às bancas a partir desta quinta-feira 21, fala sobre o diário, cuja íntegra original pode ser lida aqui e uma versão explicativa, aqui.

Jornada de Lutas das Mulheres da Via Campesina 2011

Nós mulheres da Via Campesina, na Jornada Nacional de Luta das Mulheres – 2011 estamos nas ruas para denunciar a extrema gravidade da situação do campo brasileiro. Queremos reafirmar com nossa luta que não nos subordinaremos ao modelo capitalista e patriarcal de sociedade, concentrador de poder, de terras e de riquezas.

A pobreza tem cara de mulher. No Brasil são as mulheres e as crianças pobres que mais sofrem as consequências desse modelo devastador do meio ambiente e dos direitos sociais.

A vida está ameaçada!

Por isso, estamos em luta contra o agronegócio e os agrotóxicos para defender nossa cultura, nossa terra, o meio ambiente e a nossa saúde! As gerações futuras dependem da nossa ação!

A luta das mulheres da Via Campesina é contra as empresas do setor de produção e utilização de venenos e agrotóxicos. Por quê?

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos em todo o mundo desde 2008 e movimenta um lucro de 7, 1 bilhões de dólares. Em 2008 o país consumiu 733,9 milhões de toneladas de venenos.

O responsável é o agronegócio, que é formado pela combinação entre latifúndio, ciência e tecnologia, capital financeiro, indústria química e metalúrgica, financiamento público e mídia. Baseado na produção em forma de monocultura.

O agronegócio é o novo rosto do latifúndio.

Mantém a mesma lógica de produção em grandes extensões de terras - para isso, concentra cada vez mais - péssimas condições de trabalho, devastação dos recursos naturais, trabalho escravo e produzir para exportar.

Essa lógica produtiva provoca a expulsão do campesinato e de populações tradicionais das suas terras, a contaminação dos trabalhadores e trabalhadoras e o aprofundamento da crise ambiental e das mudanças climáticas. Esse atual modelo de desenvolvimento para o campo visa manter um padrão de produção e de consumo ambientalmente insustentável e socialmente injusto.

A vida no campo e a produção de alimentos estão ameaçadas com o desaparecimento de sementes crioulas, a perda de biodiversidade e a ameaça a segurança alimentar em virtude da liberação comercial de cultivos transgênicos, do uso de agrotóxicos e da expansão das monoculturas de exportação.

Além disso, o controle da cadeia produtiva alimentar pelas grandes transnacionais ameaça a soberania alimentar e a saúde da população Esse modelo de desenvolvimento é devastador e causa sérios problemas sócio-ambientais.

Por isso, nos mobilizamos para enfrentar a crise política, econômica, social e ambiental, criada pelas elites que controlam o Estado brasileiro: o capital produtivo, o capital financeiro internacional, ambos representados por empresas transnacionais em particular as empresas do agronegócio e o latifúndio.

Lula trabalhará por Reforma Política que fortaleça partidos

Lula trabalhará por Reforma Política que fortaleça partidos


Em reunião com parlamentares e dirigentes do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se comprometeu, na tarde desta segunda-feira (18/4), a participar dos esforços para aprovar uma Reforma Política que fortaleça os partidos, combata a corrupção e valorize a democracia.

Os principais debates nas duas Casas tem girado em torno do financiamento público de campanhas, das eleições proporcionais e do sistema eleitoral.

Em sua fala, a senadora Ana Rita (PT-ES), ressaltou a importância da participação de Lula no processo de construção da reforma política. “Não tenho dúvidas que por sua experiência nacional e internacional ele tem muito a colaborar”, disse.

A senadora disse, ainda, que é preciso fortalecer a participação popular nos debates da reforma política e a democracia direta. Segundo ela, é importante que a reforma fortaleça os partidos políticos e os seus programas. “Partidos fortes e programáticos consolidam a democracia”, afirmou.




Participaram da reunião, além de Falcão e Ana Rita, o secretário-Geral do PT, Elói Pietá, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, os senadores Humberto Costa, Ana Rita, Wellington Dias (PT-PI) e Jorge Viana (PT-AC), e os deputados federais Paulo Teixeira (PT-S), Henrique Fontana (PT-RS), Érika Kokay (PT-DF) e Ricardo Berzoini (PT-SP).



VEJA A FALA DE LULA NO YOUTUBE: http://www.youtube.com/watch?v=ToaicrEhNy0

CONFIRA A MATÉRIA NA INTEGRA NO SITE: http://pagina13.org.br/?p=7778

"Reorganização do movimento estudantil”: Que papel essa ideia tem na prática cumprido?





“Reorganização do movimento estudantil”:
Que papel essa ideia tem na prática cumprido?

            Como se sabe, com a vitória eleitoral de Lula em 2002, os movimentos sociais, as centrais sindicais e os partidos de esquerda reorientaram suas táticas em função da nova conjuntura. Desde então, o cenário na esquerda tem sido polarizado entre táticas antagônicas.

            Essa polarização atingiu de imediato o movimento estudantil. E foi justamente nesse contexto de forte polarização sectária que surgiu, pela iniciativa de alguns, a ideia de que havia ou deveria haver uma “reorganização” do movimento estudantil.

            Essa ideia surge em meio ao fortalecimento da crença, compartilhada por algumas organizações, de que a tarefa central do momento seria criar uma nova referência nacional de luta para o ME, visível para o conjunto dos estudantes brasileiros, capaz de se impor como uma alternativa à UNE. 

            Por isso é que as propostas de “reorganização” do ME sempre se materializam na base da criação de fóruns, frentes e todo tipo de articulações nacionais que supostamente pudessem ocupar o lugar que a UNE ocupa. As condições para a realização dessa empresa estariam dadas. 

            Apesar de já se terem passado cerca de seis anos da criação da Conlute (que antecedeu a ANEL) e de, nesse meio tempo, terem sido diversas as tentativas frustradas de “reorganizar” o movimento estudantil, essa ideia ainda faz a cabeça de algumas pessoas. Por quê?

            Porque ainda há aqueles que partem do pressuposto de que os problemas do ME são, em última instância, um problema de direção: para essas pessoas, com o advento do governo Lula e a “capitulação” da UNE diante do governo, a UNE se firmou definitivamente como um “entrave” ou um “freio” para as lutas. O “novo” movimento estudantil – que não capitulou ao governo – estaria pronto para nascer. Para tanto, bastaria apenas derrubar o “entrave”, o que na prática significa criar uma nova referência nacional alternativa à UNE e contra a UNE. 

            Quem lê a realidade de forma romantizada dirá que este pressuposto é verdadeiro. No entanto, se assim o fosse, a tática das organizações que levantam a bandeira da “reorganização” do ME estaria correta e o tempo teria lhe dado razão, coisa que não aconteceu. Por quê? Porque este pressuposto é falso.

            Se procurarmos ver a realidade sem idealizá-la, e buscar nela quais são os reais problemas do ME, o que veremos? Salvo exceções, e mesmo assim localizadas no tempo e no espaço, veremos um ME profundamente fragmentado, consumido por disputas internas e fratricidas, profundamente institucionalizado, alheio aos problemas do povo, quase que totalmente voltado para demandas corporativas – quando não conservadoras – e, o mais grave, sem base real, ou seja, bastante distante das massas estudantis. 

            Essa é a realidade mesmo naquelas experiências pontuais em que o movimento mostra-se mais combativo e eventualmente arranca vitórias: após explosões em que a massa se levanta e se coloca em luta, o que em geral tem se sucedido é um rápido descenso. 

            Diante desse quadro, cabe questionar: se a ideia de que a tarefa central é “reorganizar” o ME fosse verdadeira, o que deveríamos ter visto onde essa ideia ganhou força, ou seja, onde as chapas partidárias da “reorganização” do ME venceram? 

            Se essa ideia fosse verdadeira, nestes casos o movimento deveria ter enfrentado seus reais problemas: deveria ter ampliado a sua base e ter se massificado, ter ganho maior coesão, ter se organizado melhor, ter se tornado mais democrático, ter formado mais e melhores militantes, ter estabelecido laços reais com as organizações da classe trabalhadora... em suma, deveria ter enfrentado estes e inúmeros outros desafios reais. Ou ao menos ter se aproximado disso. No entanto, não foi isso o que aconteceu. 

            O que de fato aconteceu? 

            São inúmeros os relatos de militantes independentes que participaram dos espaços nacionais pautados pela ideia de “reorganização” do ME e que dão conta de provar que, enquanto no discurso se fala do “novo movimento estudantil”, a prática é igual ou pior às piores práticas que se conhece do “velho” ME. 

            Mais do que os relatos de quem esteve lá, o critério para saber se essa ideia contribui ou não com o ME é, sobretudo, que diferença ela tem feito na prática em cada universidade e Executiva de Curso onde tem sido pautada. O que tem ocorrido é que, em geral, onde essa ideia surge, os problemas reais são esquecidos – como se não existissem! 

            Quantos congressos e encontros de DCEs, CAs e Executivas de Curso deixaram de discutir seus problemas reais e como enfrentá-los porque a polêmica sobre rompimento ou não com a UNE e filiação ou não a essa ou àquela articulação nacional monopolizou o debate?

            E o que efetivamente fizeram os partidários da “reorganização” do ME quando estiveram à frente dos DCE's e CA's? Quantas questões realmente importantes foram secundarizadas, quando não esquecidas totalmente, porque essa questão monopolizou sua atuação? 

            Portanto, a ideologia da “reorganização” do ME tem na prática cumprido o papel de desviar o ME daquela que verdadeiramente é a sua tarefa central: acumular forças para a revolução brasileira, enfrentando um conjunto de desafios, a começar pelo trabalho de base, massificando as lutas e formando politicamente uma nova geração de militantes para a luta social.

            Na prática, essa ideologia representa uma fuga dos verdadeiros desafios que se deve enfrentar, pois ela mascara os problemas reais do ME e, em seu lugar, apresenta uma realidade romantizada e idealizada, como se o “novo” ME estivesse pronto para nascer, esperando apenas a criação de uma alternativa à “direção nacional pelega e burocratizada”, quando a realidade é bem diferente disso.

            Ora, ao fazer a apologia da “reorganização” do ME como a tarefa central, o que se faz é contribuir para que o ME finja que os problemas reais não existem e fuja deles. Ao fazer isso, essa ideologia na prática contribui com a perpetuação e o aprofundamento destes problemas. Portanto, fazer a apologia dessa ideia é, na prática, prestar um grande desserviço ao ME.

            Ora, cabe indagar: se é assim, por que motivo se insiste nessa ideia?

            Os partidos e forças políticas em geral podem contribuir e muito com o ME. Mas, infelizmente, para alguns partidos, o ME é encarado apenas como celeiro de militantes, e a única coisa que importa é a autoconstrução.  

            No fundo, essa é a divergência real: certas organizações colocam a sua autoconstrução acima de tudo, e não conseguem enxergar nestes desafios – trabalho de base, formação política, democracia interna etc – algo de útil, pois nada disso faz diferença quando o único e exclusivo objetivo é a autoconstrução. Aliás, para estes, o desvio está justamente em não subordinar os reais desafios do ME à autoconstrução!

            Daí sua incoerência, que chega a ser patética: elegem a direção majoritária da UNE como inimiga, fazem a propaganda da “reorganização” do ME para combatê-la, mas, no final das contas, naquilo que realmente importa – ou seja, na prática – comportam-se da mesma forma que a direção majoritária da UNE: tudo em função da autoconstrução.

            O que devemos fazer e como devemos nos portar diante dessa ideologia? 

            Os motivos pelos quais os problemas do ME existem e persistem são muitos e complexos, e nem de longe se resumem a um problema de direção. Aliás, se o central fosse a direção, estes problemas já teriam sido resolvidos há muito tempo. A direção é parte do problema, mas não é o problema todo nem tampouco é o aspecto principal do problema.

            O ponto então é que não é a criação de articulações nacionais – seja uma entidade, seja outra coisa – que vai dar conta de enfrentar este conjunto de problemas. Para dar conta de seus inúmeros problemas, não há atalho: o ME precisa enfrentar inúmeros desafios, sendo o principal deles o trabalho de base. Não aquele “trabalho de base” voltado única e exclusivamente para a autoconstrução do partido. Mas o trabalho de base que fortalece o movimento, que ajuda a base a ser sujeito ativo do movimento. É no desprezo por este trabalho de base que está a raiz de todos os problemas que o movimento estudantil enfrenta. 

            Dito isso, devemos ter claro que não é papel nosso combater as organizações que fazem a propaganda da “reorganização” do ME, nem as estruturas por eles criadas, seja a ANEL, sejam outras estruturas. Estes não são nossos inimigos. Elegê-los como tal seria um erro grosseiro. Para fazer diferença na luta de classes, toda a nossa energia deve ser direcionada a combater nossos verdadeiros inimigos: a burguesia e a direita, bem como os valores e as relações do capital e do patriarcado. 

            Ao mesmo tempo, se não devemos combater os agentes desse discurso – pois fazê-lo seria um total desperdício de energia –, temos o dever combater as ideias que estão na base desse discurso. Isso porque a ideologia da “reorganização” do movimento estudantil tem implicações práticas: quem compra esse discurso deixa de dedicar sua militância para o trabalho de base e vai dedicá-la a uma construção que na prática só contribui para manter a aprofundar o estado de letargia do movimento estudantil. 

            Para que faça alguma diferença na luta de classes, dentro e fora da universidade, o ME precisa ter força, e o ME só terá força se enfrentar todo um conjunto de desafios, forjando-se ele próprio como sujeito de transformações. Neste momento histórico de descenso das lutas de massas, hegemonia do capital na sociedade e fragmentação da esquerda, devemos mais do que nunca investir no trabalho de base, para ajudar a classe trabalhadora a se preparar para os embates que virão.

            Para tanto, o ME precisa ser visto como sujeito pelas forças políticas que atuam nele. Enquanto houver forças políticas com comportamento sanguessuga, preocupadas única e exclusivamente com sua autoconstrução e em mais nada, o ME continuará fraco, só acumulará derrotas e, o que é pior, não contribuirá com o reascenso das lutas de massas e não estará preparado para intervir de forma decisiva quando este momento chegar.

Paulo Henrique “PH” – Militante da Consulta Popular


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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Nota da AE/PT Sobre visita de Obama ao Brasil

Sobre a visita de Barack Obama ao Brasil

18 março 2011
Por: DNAE (18/03/11)

A visita de Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos, ao Brasil, será uma oportunidade para que o governo Dilma reafirme nossas posições em favor de uma nova ordem mundial, baseada no desenvolvimento, na paz, nos direitos humanos e no respeito à soberania e autodeterminação dos povos.

Será, também, uma oportunidade para que a sociedade brasileira manifeste sua opinião acerca da política estado-unidense. Manifestação que pode e deve ser distinta da feita pelo governo, até porque aprendemos com a história passada e presente quão desastrosas resultam as tentativas de subordinar movimentos e partidos aos governos.

Neste sentido, saudamos as manifestações de partidos de esquerda, movimentos sociais e setores progressistas em geral, em favor do imediato fechamento da prisão em Guantánamo, da suspensão do bloqueio contra Cuba e pela revisão das leis de imigração nos Estados Unidos, que tanto prejudicam os imigrantes que buscam aquele país por melhores condições de vida.

Reiteramos, também, nosso repúdio às guerras promovidas pelos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque, bem como às ameaças de invasão da Líbia.

Denunciamos ainda, como inimiga da paz mundial e da democracia, a postura do governo Obama, que deu apoio efetivo para os golpistas em Honduras, continua espalhando bases militares pelo continente, inclusive junto às fronteiras da Amazônia. Igualmente contestamos o renascimento da IV Frota.

Da mesma forma como fizemos quando da visita do então presidente George W. Bush, os militantes petistas participarão das atividades convocadas pelos movimentos sociais, em defesa de nossas posições e contra as políticas do governo e da mídia dominante dos Estados Unidos, que expressam os interesses de poderosos grupos econômicos transnacionais.

Direção Nacional da Articulação de Esquerda, tendência interna do Partido dos Trabalhadores.
http://pagina13.org.br/?p=7030

terça-feira, 19 de abril de 2011

1º Maio: Encontro dos Trabalhadores da Região Noroeste



Convidamos todos (as) trabalhadores (as), homens e mulheres, jovens e crianças para participarem do Ato Público (político, cultural e ecumênico) em nossa região.

Concentração: a partir das 08h00, na Escola Municipal Nadal Sfredo - J. Liberdade (no fundo do Fórum e distrito Sanitário).

Programação: Atividades culturais, breve caminhada pela região, confraternização ecumênica e entrega da carta de reinvindicação com as prioridades da região;

Contatos: 3203-5322 (Recid), 3593-2940 (Ir. Dorinha), 3593-1487 (Rubens) e Sérgio (9629-2998)

“O POVO QUE OUSA LUTAR CONSTRÓI O PODER POPULAR”

Org. Assembleia Popular- Região Noroeste e Fórum do Grito dos Excluídos

Jornada Nacional de Lutas do MST 2011 - El Dourado dos Carajás - 15 anos de impunidade

A Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, promovida pelo MST em todo o país, é realizada em memória aos 21 companheiros assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás (19 executados na hora e mais dois que não se recuperaram e morreram no hospital), em operação da Polícia Militar, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, no dia 17 de abril.


Depois de 15 anos de um massacre de repercussão internacional, o país ainda não resolveu os problemas dos pobres do campo, que continuam sendo alvo da violência dos fazendeiros e da impunidade da justiça.

Veja aqui as Reivindicações (http://www.mst.org.br/Jornada-Nacional-de-Lutas-pela-reforma-agraria-2011). 

Ato ecumênico, político e cultural marca 17 de abril no Pará 

 

19 de abril de 2011  
Por Márcio Zonta
De Eldorado dos Carajás (PA)

“As castanheiras lembram... E você?”. Foi dessa forma que aproximadamente 600 pessoas chegaram entoando a frase no ato político, ecumênico e cultural realizado no dia 17 de abril, no domingo pela manhã “na curva do S”.

Saindo as cinco e meia da manhã do assentamento 17 de abril, percorreram os sete quilômetros que caminharam as famílias há 15 anos, relembrando os companheiros tombados e o sofrimento daqueles que saíram em marcha no dia, que hoje é reconhecido como dia internacional de luta pela Reforma Agrária.
Para o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), presente no ato, “essa data lembra um dos dias mais brutais na história desse Brasil, que até hoje permanece impune”.

João Pedro Stedile, da Coordenação Nacional do MST, falou sobre a disputa emblemática pela terra na região. “Não podemos aceitar um testa de ferro das multinacionais, Daniel Dantas, comprando 56 fazendas na região”, disse.

Mesmo com uma temperatura de quase 37 graus, na cidade paraense de Eldorado de Carajás, as dezenas de pessoas que foram ao ato não dispersaram e ainda assistiram ao show do grupo de rap, A Família.

Em tom de protesto pelas chacinas acontecidas nas periferias das cidades e no campo, deixaram um recado: “é preciso lutar sempre contra as forças opressoras”, disse um dos integrantes.

No encerramento da semana, a festa da Reforma Agrária parabenizou os 15 anos do assentamento 17 de abril, destacando as conquistas da comunidade e a entrega do titulo definitivo da terra as famílias. Com shows da cantora e compositora Socorro Lira, Pereira da Viola, Clauber Martis e Zeca Tocantins, foram finalizadas as festividades.

Depoimento Senadora Ana Rita PT/ES Sobre  Massacre de El Dourado dos Carajás

“Neste momento em que refletimos sobre os 15 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quero reafirmar o meu compromisso com a luta pela terra e reiterar que reprovo toda e qualquer ação violenta do latifúndio no campo. É lastimável que ninguém esteja preso por tamanha brutalidade. A impunidade é um dos fatores de incentivo a violência. Que os 15 anos deste capítulo tão triste de nossa história sirvam de reflexão sobre a legítima luta dos trabalhadores rurais pela terra. O acesso a terra significa justiça social, por isso toda organização que prima pela garantia desse direito deve ser preservada em suas lutas e recebe de minha parte solidariedade”.

* ANA RITA é Assistente Social, Senadora da República (PT-ES) e vice-presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, e militante da Articulação de Esquerda.

Deputado Marcelino Galo promove Sessão na Assembléia Legislativa da Bahia e cobra Reforma Agrária

 

18 de abril de 2011
Da Página do MST 

A Assembleia Legislativa da Bahia resgatou a luta pela Reforma Agrária no país em uma sessão especial proposta pelo deputado estadual Macelino Galo (PT-BA), na última sexta-feira. Também participaram do evento representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Incra. O plenário foi tomado por integrantes de diversos movimentos sociais.

* MARCELINO GALO é Engenheiro Agrônomo, deputado estadual pelo PT/BA e militante da Articulação de Esquerda.

Valmir Assunção participa de manifesto em Eldorado dos Carajás

 

O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) vai estar nas manifestações que vão ocorrer neste domingo em Eldorado de Carajás, no Estado do Pará, a convite dos movimentos sociais que lutam pela reforma agrária naquele estado. A manifestação relembra os 19 trabalhadores rurais sem terras mortos pela Polícia Militar daquele estado, e chama a atenção do governo brasileiro para a impunidade que permitiu que permanecessem livres da justiça os autores e executores do massacre.

A participação de Valmir nas manifestações no Pará reforça-lhe o caráter de líder do movimento dos sem terras não apenas na Bahia, onde é um dos fundadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), mas a nível nacional, já que é uma das principais lideranças dos movimentos sociais na Câmara Federal, onde além de representante dos movimentos dos sem terras, lidera a formação da frente parlamentar em favor dos povos de terreiro e é um dos vice-líderes do PT na casa.

* VALMIR ASSUNÇÃO é Agricultor Familiar Assentado do MST, deputado federal do PT/BA e militante da Articulação de Esquerda.
http://pagina13.org.br/?p=7718



Deputado Marcon promove seminário pra reviver Eldorado dos Carajás 15 anos depois do massacre


“O massacre que aconteceu há 15 anos em Eldorado dos Carajás é uma mancha de sangue na história do Brasil.” Foi com essa fala que o deputado federal Marcon (PT-RS) deu início ao seminário do qual foi propositor: “Eldorado dos Carajás: 15 anos de impunidade”.

O seminário, que foi promovido pela Câmara dos Deputados, aconteceu na manhã desta quinta-feira, 14 de abril de 2011, no Auditório Nereu Ramos. Cerca de 400 pessoas circularam no auditório durante a manhã entre militantes e autoridades. Vários deputados marcaram presença, representantes de entidades, ministérios, senadores, sindicatos e, em especial, movimentos sociais.

As falas durante o seminário foram unânimes quanto a necessidade de justiça, de acabar com a impunidade nos crimes cometidos contra os movimentos campesinos. O dirigente do MST, João Paulo Rodrigues, relatou que, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, houveram mais de 1500 assassinatos no campos nos últimos anos.

Diante destes dados, o representante da secretaria geral da presidência, Paulo Maldos, relembrou que criminosos continuam impunes no Brasil há muito tempo. O exemplo citado foi a ditadura militar, que possui uma soma de 800 desaparecidos. Maldos acrescentou que a ditadura militar brasileira é co-autora das ditaduras que aconteceram nos demais países da América latina, pois exportava os métodos de tortura.

Com essas colocações de Paulo Maldos, foi ressaltada a importância da implantação da Comissão da Verdade, defendida pela Ministra da secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, no seminário representada por seu secretário executivo, André Lázaro. “Com a implantação da Comissão da Verdade não só as questões da ditadura seriam investigadas, mas todos os crimes e criminosos impunes”, ressaltou Lázaro.

Na coordenação da mesa, Marcon quebrou o protocolo quando chamou para compô-la o deputado Valmir Assunção (PT-BA), justificando a importância do colega parlamentar estar naquele espaço uma vez que, como Marcon, Valmir é assentado do MST. Além de Valmir,  João Paulo, Paulo Maldos, André Lázaro, e o senador Suplicy fizeram parte da mesa de trabalhos.

Ao final do seminário, Marcon avaliou que o seminário cumpriu com seus objetivos , pois além de reavivar a memória dos 19 assassinados, trouxe para dentro do parlamento as discussões dos movimentos sociais. “Agora conseguimos fincar de fato a bandeira dos movimentos sociais no meio da burguesia e do latifúndio que é maioria nesta casa” concluiu o deputado, assentado sem-terra.

* MARCON é Agricultor Familiar Assentado do MST, deputado federal do PT/RS, e militante da Articulação de Esquerda.

Passeata dos Artistas em Goiás - Fórum Permanente de Cultura

1º DE ABRIL, O DIA DA VERDADE EM GOIÂNIA

Fred Noleto, músico, compositor, ator e, agora, metido a articulista
Goiânia, 1º de abril de 2011.

Na tarde desta sexta-feira, 1º de abril, um grupo de cerca de 500 manifestantes protestavam nas ruas da cidade de Goiânia. Nas calçadas a população reagia de diversas formas. Uns ficaram maravilhados, outros espantados e alguns desentendidos. Era como se fosse possível ler seus pensamentos: “é muita alegria, do quê se trata?”. Não se tratava de qualquer passeata. Era a Grande Passeata dos Trabalhadores da Cultura de Goiás. Ao receber panfleto explicativo, uma transeunte exclama: “eu não votei no Marconi!”. Ouve de imediato a resposta: “nem eu!”.

Não foi um movimento partidário. Pelo contrário. Artistas na maioria das vezes são anarquistas e mal conseguem organizar seus próprios orçamentos domésticos. O fato é que o pano de fundo – a capital de Goiás – explode em manifestações todas as semanas. Ora estudantes exigindo passe-livre, promessa de campanha do governador Marconi Perillo. Ora funcionários públicos diversos: professores da rede estadual e da sucateada e anorexa Universidade Estadual de Goiás (UEG) e funcionários da Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego).

Um dos protestos que mais chamaram atenção foi o dos médicos e demais servidores do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) – órgão responsável pelo pagamento de funcionários aposentados e pensionistas e que também presta serviços populares de plano de saúde. A outra manifestação foi contra o aumento abusivo do preço dos combustíveis ou contra o cartel formado entre usineiros e donos dos postos de gasolina. Esta chegou até a ter repercussão nacional. É o movimento “Mobiliza Goiás”.

A Grande Passeata dos Trabalhadores da Cultura de Goiás foi diferente das outras. A começar pela forma: alegre, festiva, poética, encantadora. Ali estava a elite cultural do estado representada em todas as suas vertentes. Eram escritores, músicos, cineastas, poetas, bailarinos, produtores, atores, representantes de ONGs, sindicatos e Pontos de Cultura, artistas plásticos, rappers, ciganos e circenses cantando e dançando em meio a belas palavras de ordem. Hashtags que poderiam (ou deveriam) facilmente alcançar o topo dos trending topics da rede Twitter. Vergonhoso é o estado que trata com tamanho desprezo os players fazedores de cultura! Ou seja, seria lindo se não fosse trágico,
“Arte é trabalho”, “Arte gera emprego e renda”, “Cultura é prioridade”, “Arte não é lixo”. Os números comprovam. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Goiás [Fieg] a Cultura é responsável por 1,7% do PIB do estado. No Brasil, 290 empresas culturais são responsáveis por uma massa salarial de R$ 18 bilhões [fonte: Minc.gov.br]. O estado de Goiás é a 9ª economia do país mas, no quesito gasto com Cultura está em 19º lugar no ranking, gastando apenas R$ 4 indivíduo/ano – ou 0,025% de sua receita líquida [fonte: Segplan].

A passeata dos artistas goianos foi uma mobilização do Fórum Permanente de Cultura, uma instância que existe há exatos 10 anos. Seu nome já é auto-explicativo. Não há espaço para mobilização oposicionista. Trata-se de um movimento supra-partidário. Uma espécie de “ágora”. Sem fins lucrativos. Todos tem voz, cidadãos e representantes das entidades que o fórum engloba. A intenção é que englobe todas as entidades culturais do estado, sendo uma instância superior a todas elas.

Grande parte dos artistas goianos, assim como do funcionalismo público se tornaram os maiores cabos-eleitorais do então candidato Marconi (que já havia sido governador por dois mandatos). A eles prometeu mundos e fundos. Ao funcionalismo plano de cargos e salários e adimplência. Todos sabem o que aconteceu logo após sua posse, a Assembléia Legislativa deu a ele plenos poderes. Um absolutismo de causar inveja a vários Czares, uma vez que a população caiu no conto do “é para o bem de nosso Estado”. Com isso, atrasou salários e agora paga somente 80% deles.

Aos artistas prometeu, em campanha, dobrar a verba para a pasta da Cultura. Qual foi sua primeira medida? Nomeou Gilvane Felipe, ex-presidente do Sebrae-GO (muito bem-quisto por todos) para a Presidência da Agepel (Agencia Pedro Ludovico Teixeira, órgão responsável pela pasta) – que, a partir daquele momento, passaria a ser vinculada à Secretaria de Educação. Isso já foi o o começo da inquietação de artistas e produtores locais. Em seguida, anunciou que a pequeníssima verba para a Lei Goyazes (a Rouanet Goiana) seria cortada pela metade, passando de R$ 5 milhões para R$ 2,5. Ai foi o estopim. Mal sabia ele que a Arte, quanto mais apanha, mais cresce e se multiplica.

Assim como nossa classe média, que só saiu de casa e se deu conta do tamanho do seu poder quando sentiu no bolso, a categoria artística também somente se conscientizou para a força de sua voz quando percebeu que a grana ia ficar curta. Um dia antes da passeata, fizemos um “tuitaço”. Perillo, que é “tuiteiro”, posta mensagem (e isso já foi uma vitória) dizendo que iria atender todas nossas reivindicações: a criação da Secretaria de Cultura (ligada ao Sistema Nacional de Cultura e ao Fundo Nacional de Cultura) até o mês de Agosto e que a verba da Lei Goiazes voltaria ao seu antigo maravilhoso valor de R$5 mi no próximo ano.

Parece piada de salão não é? Mas, ao menos, ao “chefe” fizemos chegar nossa mensagem, nossa voz e nossas reivindicações. Elas são históricas e o Fórum Permanente de Cultura, que é uma instância que não depende de verba governamental para sobreviver,apontou cada uma delas. Elas vão muito além de mais verbas para leis de incentivo fiscal. Eu particularmente, sou a favor da implantação de Pregão Eletrônico em todas as ações do Governo. Claro, para pasta da Cultura também. Resumindo: além de mais verbas [10% do orçamento], modernidade e transparência no “gastar” de nossos impostos.

Envio a vocês, frequentadores do “Blog do Nassif” este texto para que tenham conhecimento da real situação de nosso estado, uma vez que o Ministério Público, Tribunal de Contas, Assembléia Legislativa do Estado de Goiás e nossa imprensa não andam cumprindo seu papel fiscalizador dos poderes públicos. Uma prova disso é que nenhuma (nem uma) das TVs locais foi cobrir a passeata. Ou 500 artistas não são suficientes para que sejamos pauta, ou o “jabaculê” talvez esteja curto. [#ArtistasUnidos #ArteGeraEmprego]

fonte: http://fpcgo.wordpress.com/2011/04/03/a-passeata-dos-artistas-de-goias/

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Paralização dos Trabalhadores da Educação - Prefeitura Aparecida de Goiânia


Data:  27/04/11
Horário: 9:00 horas
Local: Em frente à Secretaria Municipal da Educação de Aparecida de Goiânia.

PAUTA:
Tabela Salarial;
Plano de Carreira;
Plano de Saúde.

ASSEMBLÉIA POPULAR

No dia 09 de abril de 2011 foi realizado o encontro de formação sobre Assembleia Popular na Escola Nossa Senhora Aparecida - Bairro São Domingos. O objetivo do encontro era potencializar o trabalho de base; organizar fóruns de organização popular (assembléias locais); e construir um processo político de democracia direta e participativa. 

“O POVO QUE OUSA LUTAR CONSTRÓI O PODER POPULAR” 
Org.: Fórum do Grito dos Excluídos e Região Noroeste




Manifestação da UEG Distribui Pamonha e Tem Repercussão na Mídia


Centenas de estudantes e professores da UEG lembraram os 12 anos de fundação da instituição com um protesto que cortou o centro de Goiânia. Foi distribuido marmelada e pomanha pelos manifestantes. Na chegada ao Centro Administrativo foi formada uma comissão composta pelo professor Marcelo Moreita (representando os professores), Jefferson Acevedo (Representando os estudantes) e José Antonio Nunes (representando os servidrores técnicos administrativos) que foi recebida pelo Governo levando as reinvindicações dos manifestantes. A manifestação teve surpreendente repercussão espontânea na mídia impressa e televisiva.

Capa e sessão de cidades do jornal O Popular:



Encontro de Luta dos Movimentos Sociais

No dia 18 de abril de 2011, Praça Cívica, cerca de 500 pessoas de entidades do campo democrático e popular, realizaram o Encontro de Luta dos Movimentos Sociais.

Portando bandeiras predominantemente vermelhas e verdes, estudantes e trabalhadores do campo e da cidade, fizeram um dos maiores atos públicos de 2011 em repudio as medidas neoliberais e privatizantes do governo Marconi Perillo (PSDB).

Na pauta de reivindicações estavam: o pagamento do piso salarial para os professores (é lei mas o governo de Goiás não cumpre até hoje); melhorias no sistema de transporte coletivo, a instituição do passe livre para os estudantes; a ampliação do orçamento da cultura; melhores e maiores investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS);  garantia de recursos para a habitação rural, agricultura familiar e camponesa; a diminuição do preço dos combustíveis (aumentou devido à criação pelo governo estadual do fundo de transporte); o fim das privatizações anunciadas pelo governador Marconi Perillo e a solução da situação da Celg, empresa que, segundo os manifestantes, está quebrada “graças a desmandos de políticos de direita”.

O ato teve a participação de várias entidades, entre elas o MST, MCP, Rede de Educação Cidadã, CUT, Sintego, Fórum Permanente de Cultura, UNE, UBES, UGES, FETRAF, MPA, CPT, entre outras. Teve ainda a participação dos mandatos da deputada federal Marina Sant´Anna, do deputados federal Rubens Otoni e do deputado estadual Mauro Rubem.

REIVINDICAÇÕES:

o   Fim da corrupção
o   Eleições livres para diretores de escolas públicas
o   Passe livre para os estudantes
o   5% do orçamento para a Cultura
o   Melhorias no Sistema de Transporte Coletivo
o   Garantira de Recursos Suficientes para a habitação rural, agricultura familiar e camponesa
o   Piso salarial para os professores
o   SUS de qualidade
o   Autonomia para a Emater, garantindo assistência técnica pública contínua
o   IPASGO para os servidores
o   Criação da Secretaria da Juventude
o   Revogação do decreto 7.227 que elevou os impostos do Petróleo
o   Valorização da UEG
o   Liberação das licenças ambientais para os assentamentos
o   Resolução da situação da CELG e execução do programa Luz para Todos