segunda-feira, 18 de junho de 2012
Tome Partido - Contribuição da Articulação de Esquerda a Campanha de Filiação ao PT
Pagina13 publica hoje a primeira parte de uma história em quadrinhos elaborada pelo artista gráfico Francisco de Assis Marcatti Jr. A versão impressa sairá a partir de julho, encartada na edição mensal de Página 13. Autor e editor agradecem sugestões, até porque se trata de um instrumento de trabalho, que utilizaremos na campanha de filiação ao Partido dos Trabalhadores. Para visualizar o restante da primeira parte acesse o link: http://pagina13.org.br/2012/06/tome-partido-parte-1/
terça-feira, 12 de junho de 2012
MOÇÃO DE APOIO AO "FORA MARCONI" E "FORA DEMÓSTENES", APROVADA POR UNANIMIDADE NO ENCONTRO MUNICIPAL DO PT DE GOIÂNIA
FORA
MARCONI! FORA DEMÓSTENES!
Para
o PT recuperar sua capacidade dirigente e se posicionar como alternativa
política real em Goiás, não pode se omitir em relação a pontos polêmicos relativos
a conjuntura, prinicpalmente no que se refere a turbulência institucional
gerada à partir do envolvimento de Carlinhos Cachoeira, o Governador Marconi
(PSDB) e o Senador Demóstenes Torres (ex – DEM).
Mais
que engrossar o discurso moralista e conservador, o papel do PT deve ser o de
politizar o debate, demonstrando que a relação entre Cachoeira e o bloco PSDB/DEM
revela
não apenas os tentáculos do crime organizado no aparato do Estado, mas que a
corrupção é parte estrutural da política da classe dominante no Brasil.
O PT deve empunhar a
palavra de ordem “Fora Marconi” e mobilizar seus esforços, convocando sua
militância para as ruas exigindo o impeachment do governador de Goiás e a
cassação do mandato do Senador Demóstenes Torres.
FORA MARCONI POR PRIVATIZAR
OS BENS PÚBLICOS!
FORA MARCONI POR CRIMINALIZAR
A POBREZA E OS MOVIMENTOS SOCIAIS!
FORA MARCONI POR AGENCIAR
A CORRUPÇÃO EM GOIÁS!
FORA MARCONI POR SUCATEAR
A EDUCAÇÃO PÚBLICA!
FORA MARCONI POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA!
Encontro Municipal do
PT de Goiânia, 10 de junho de 2012.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Por Wladimir Pomar - Reformas necessárias: que fazer?
As recentes informações sobre as quedas no ritmo de crescimento da economia e de geração de empregos, assim como as novas tentativas de reativação econômica através do crédito ao consumo e incentivos à indústria automobilística, estimulam a percepção de que esses remédios estão no limite de sua capacidade.
Quaisquer que sejam as origens do baixo ritmo de crescimento da economia e da geração de empregos, isso acabará por rebater negativamente sobre os programas sociais e sobre a correlação das forças políticas. Embora o governo e o PT tenham bandeiras sociais e políticas que interessem às camadas populares e democráticas da população, um tropeço na recuperação econômica pode ser fatal.
Não é por acaso que os neoliberais retomam as criticas. Para eles, a desaceleração seria apenas reflexo da intervenção estatal e da falta de reformas privatistas. Concluem, portanto, que seria hora de repensar o modelo de crescimento e mudar o foco do consumo, abrindo mais oportunidades para o capital privado. Como a temida palavra "privatização" não poderia ser usada, sugerem a melhoria da "regulação", ampliando as concessões na infraestrutura, aumentando a poupança pública, desonerando impostos, e investindo em reformas micro econômicas.
Paralelamente, os países desenvolvidos aumentaram sua pressão sobre os emergentes, inclusive o Brasil, para obter um acordo global de facilitação de comércio, a fim de aumentar suas exportações e sair da crise. Portanto, o neoliberalismo volta a pressionar na economia e ensaia sua ofensiva política. Em tais condições, embora as reformas políticas, o código florestal, a democratização das comunicações, e a CPMI do meliante Cachoeira estejam na dianteira da pauta política do PT e do governo, a conjuntura econômica parece confrontar-se com as condições estruturais que impedem o crescimento e a criação de postos de trabalho. Se isso for verdade, como pensamos que é, tais questões precisam ter um tratamento político que evite termos de ouvir alguém dizer a famosa frase “Foi a economia, estúpido!”
Para enfrentar essa situação é necessário afastar a ideia de que nossos problemas econômicos são decorrência da crise internacional. A crise, que contrai os mercados norte-americano e europeu, afeta as exportações brasileiras de commodities. Mas, por outro lado, oferece excedentes de capitais e dá visibilidade a novos e grandes mercados domésticos na Ásia, África e América Latina, cujo aproveitamento depende da superação de preconceitos, de certa dose de audácia, pesquisas de mercado, e muito empreendedorismo.
Além disso, ao tratar do tema da desindustrialização, não se pode aceitar o argumento de que ela não se restringe à economia brasileira ou às economias periféricas, sendo também relevante nas economias centrais, em particular na americana. É necessário distinguir a natureza estrutural da desindustrialização americana, da natureza conjuntural da desindustrialização brasileira. A desindustrialização do capitalismo central tem sido, na verdade, o principal fator de industrialização dos países emergentes, com exceção daqueles que seguiram os ditames neoliberais. Confundir os dois processos, como se fossem da mesma natureza, pode nos levar a erros sérios.
Portanto, tornou-se estratégico tratar, como problema estrutural, a cadeia de questões relacionadas com a industrialização brasileira. O que inclui juros, câmbio, tributos, créditos, investimentos, utilização de diferentes tipos de capitais, adensamento das cadeias produtivas, intensificação da competição interna, elevação das taxas de emprego, fortalecimento do mercado interno, elevação da produtividade, uso de novas e altas tecnologias, inovação, e elevação da competitividade internacional.
Alguém pode supor que faltam nessa lista a defesa comercial e a proteção da indústria nacional, o que é verdade. Porque esses itens, no mundo atual, só conseguem ser efetivos através da elevação da produtividade e da inovação científica e tecnológica. Medidas defensivas, que mantenham o status quo produtivo, são de efeito restrito de curtíssimo prazo, logo depois agravando o atraso.
Rebaixamento dos juros, controle do câmbio, tributação progressiva e créditos democratizados são medidas que demandam apoio social e político consistente, porque mexem com interesses do sistema oligopólico financeiro, industrial, agrário e comercial. Em certa medida, dependem da mobilização não só dos trabalhadores e demais camadas populares da população, mas também dos setores pequenos e médios da burguesia, que só se movem se sentirem que o governo realmente opera na redução dos tributos diretos, indiretos e ocultos que incidem sobre seus negócios, na democratização do capital, e na facilitação de créditos de custeio e de investimentos.
Nesse sentido, é fundamental que a abordagem dos investimentos seja diametralmente oposta à abordagem neoliberal e mesmo liberal. Não se trata só de elevar os investimentos de 25% a 30% do PIB. Trata-se de formular uma política de industrialização que adense as cadeias produtivas e amplie o conteúdo local, evitando os males do padrão de concorrência intercapitalista fundado na fragmentação das cadeias produtivas. Tal adensamento deve privilegiar os setores industriais chaves para a industrialização nacional. Portanto, não devem ficar restritos ao adensamento das cadeias nos eixos de expansão recente, como os setores produtores de bens de consumo de massa, infraestrutura econômica e social, e atividades fundadas em recursos naturais.
É necessário introduzir mudanças tanto na atual matriz industrial, quanto na estrutura empresarial altamente concentrada e centralizada, em especial por multinacionais estrangeiras. O Brasil possui uma indústria de bens de consumo de massa, inclusive de bens duráveis, relativamente desenvolvida. Mas ela não é capaz de sustentar um aumento de consumo além de 3% a 4% do PIB, em virtude de sua oligopolização e de sua prática de altos preços administrados. A experiência recente da pressão inflacionária causada pelo descompasso entre a elevação do poder de compra de camadas pobres da população e a oferta desses bens foi uma amostra clara dessa situação.
Além disso, o Brasil possui uma indústria de equipamentos para a produção de bens de consumo pouco desenvolvida, em parte também oligopolizada por multinacionais estrangeiras, e uma indústria de produção de máquinas ferramentas muito pouco desenvolvida. Por serem os setores que expressam a incorporação das ciências e tecnologias como forças produtivas, qualquer política brasileira de crescimento e de adensamento das cadeias produtivas será altamente dependente de equipamentos e máquinas que não produzimos.
Portanto, a política de investimentos, para ter como meta uma redução real da dependência de máquinas e equipamentos de última geração, precisará contemplar com prioridade o adensamento das cadeias de produção de máquinas ferramentas e de equipamentos, que incorporem os avanços tecnológicos em novos materiais, eletrônica, automatismo e nanotecnologia.
Em contraposição, essa questão nos obriga a levar em conta que a incorporação de tecnologias nos processos produtivos, para a elevação da produtividade, reduz o trabalho vivo, entrando em contradição com a necessidade de gerar novos postos de trabalho, reduzir ao máximo o desemprego, e fortalecer o mercado interno. O que torna ainda mais indispensável a reforma estrutural na concentração e centralização do capital existente no Brasil.
Apenas para exemplo, mais de 70% do valor dos recursos do BNDES são canalizados para projetos de algumas grandes empresas que, a rigor, deveriam girar com recursos financeiros privados, enquanto os quase 30% restantes se dirigem para o capital de giro de médias e pequenas empresas. Esses 30% são um dos motivos da grita dos neoliberais. O “ativismo estatal” impede que todos os recursos públicos se destinem aos projetos das grandes corporações, obrigando-as a empregar parte dos capitais que deixam rendendo na especulação financeira.
Assim, se quisermos combinar industrialização nacional com geração de empregos, será necessário que o BNDES e os demais bancos e sistemas públicos de fomento direcionem a maior parte de seus recursos para pequenas e médias empresas inovadoras em ciência e tecnologia, assim como para indústrias intensivas em trabalho. Em outras palavras, é necessário trabalhar com políticas diferenciadas, não só para intensificar a concorrência que rompa com os oligopólios, mas também para manter elevado o ritmo de emprego.
Também é fundamental superar a falta de clareza na atração de investimentos estrangeiros, atendendo três requisitos básicos. Primeiro, que eles sejam direcionados para os elos de adensamento prioritário. Segundo, que sejam pressionados a virem acompanhados de altas e novas tecnologias. Terceiro, que sejam induzidos a associar-se com empresas brasileiras, especialmente médias, que possam assimilar as tecnologias e, mais adiante, consigam independência e caminhem com os próprios pés, conformando um setor verdadeiramente nacional da indústria instalada no Brasil.
Nesse sentido, será necessário repensar as áreas estratégicas que só interessam às empresas privadas se forem financiadas e garantidas pelo Estado, com risco mínimo. Essas áreas exigem altos investimentos e são de maturação e retorno demorado, como é o caso das obras e operações de infraestrutura. Em tais casos, mesmo que o Estado ofereça incentivos apropriados, a terceirização para empresas privadas só deveria se justificar no caso delas aplicarem capitais próprios. Em caso contrário, pode ser mais econômico para as finanças públicas que empresas estatais assumam os projetos.
Pensando bem, as reformas que o Brasil necessita neste momento rompem com os limites conjunturais e nos colocam diante de desafios estruturais. Que fazer?
*Wladimir Pomar é jornalista e escritor
Fonte: http://pagina13.org.br/
sexta-feira, 1 de junho de 2012
SOBRE A INUTILIDADE DO VOTO NULO COMO ARMA DE PROTESTO
A atual conjuntura política do Brasil, mais particularmente do estado de Goiás, faz com que aumente a quantidade de pessoas que declaram que votarão nulo nestas eleições. Argumentam que uma grande quantidade de votos nulos daria um "recado aos políticos".
Existe um grande erro neste tipo de pensamento. Nem todo político é igual. Contudo, partindo do princípio que fossem: isso significaria, conforme manifestação daqueles que defendem abrir mão do direito ao sufrágio universal, que políticos não têm nenhum caráter. Ora, quem não tem caráter não se constrange. Então, qual seria a utilidade de uma grande massa de votos inválidos?
Se iludir com a "força" do voto nulo parte do princípio que todos os que agem desta maneira estão unidos em torno de um ideal comum, o que é falso. Há os que votam nulo como arma política, outros que votam porque acham que "político é tudo igual" e diversos outros motivos. É praticamente impossível que o simples ato de se abster de sua escolha seja uma forma de pressão.
Hoje, temos um sistema eleitoral e político estabelecido. Qualquer mudança passa, primeiro, pela mobilização. Governos só funcionam sobre pressão. Se não houver a pressão popular e a ameaça de não serem reeleitos ou elegerem seus sucessores, funcionarão outros tipos de pressão, de outros setores sociais, geralmente detentores do poder econômico.
O voto nulo, ao contrário, é um fator de anti-mobilização. Primeiro, pela já citada falta de pauta comum. Segundo, porque, paradoxalmente, apenas fortalece o status quo. Ao contrário do que é amplamente divulgado, uma grande quantidade de votos anulados não cancela a eleição - a não ser em caso de fraude, como votos em candidatos invalidados pela Justiça que ultrapassem 50%, por exemplo. Isso significa que os votos nulos favorecem aqueles que estão mais organizados. Numa sociedade despolitizada e desmobilizada, estes são os que possuem mais dinheiro. Quem tem dinheiro, provavelmente o ganhou nas condições existentes hoje e não tem interesse em mudar.
Uma alternativa a votar nulo na atual conjuntura seria escolher uma candidatura para apoiar e, caso ela seja vitoriosa, não desmontar a mobilização para elegê-la, e se tornar seu maior fiscal, sendo inclusive seu algoz, em caso de não se cumprir com o prometido. Por mais que a desilusão com a política seja recorrente, não nos enganemos: não há saída fora dela. E a saída dentro dela passa pela mobilização crescente e permanente. Do contrário, seremos sempre massa de manobra, acentuadas por medidas desmobilizadoras como o voto nulo, ainda que sejam sinceras.
Eduardo Nunes Loureiro
Dirigente nacional da Articulação de Esquerda, militante do PT-GO
Existe um grande erro neste tipo de pensamento. Nem todo político é igual. Contudo, partindo do princípio que fossem: isso significaria, conforme manifestação daqueles que defendem abrir mão do direito ao sufrágio universal, que políticos não têm nenhum caráter. Ora, quem não tem caráter não se constrange. Então, qual seria a utilidade de uma grande massa de votos inválidos?
Se iludir com a "força" do voto nulo parte do princípio que todos os que agem desta maneira estão unidos em torno de um ideal comum, o que é falso. Há os que votam nulo como arma política, outros que votam porque acham que "político é tudo igual" e diversos outros motivos. É praticamente impossível que o simples ato de se abster de sua escolha seja uma forma de pressão.
Hoje, temos um sistema eleitoral e político estabelecido. Qualquer mudança passa, primeiro, pela mobilização. Governos só funcionam sobre pressão. Se não houver a pressão popular e a ameaça de não serem reeleitos ou elegerem seus sucessores, funcionarão outros tipos de pressão, de outros setores sociais, geralmente detentores do poder econômico.
O voto nulo, ao contrário, é um fator de anti-mobilização. Primeiro, pela já citada falta de pauta comum. Segundo, porque, paradoxalmente, apenas fortalece o status quo. Ao contrário do que é amplamente divulgado, uma grande quantidade de votos anulados não cancela a eleição - a não ser em caso de fraude, como votos em candidatos invalidados pela Justiça que ultrapassem 50%, por exemplo. Isso significa que os votos nulos favorecem aqueles que estão mais organizados. Numa sociedade despolitizada e desmobilizada, estes são os que possuem mais dinheiro. Quem tem dinheiro, provavelmente o ganhou nas condições existentes hoje e não tem interesse em mudar.
Uma alternativa a votar nulo na atual conjuntura seria escolher uma candidatura para apoiar e, caso ela seja vitoriosa, não desmontar a mobilização para elegê-la, e se tornar seu maior fiscal, sendo inclusive seu algoz, em caso de não se cumprir com o prometido. Por mais que a desilusão com a política seja recorrente, não nos enganemos: não há saída fora dela. E a saída dentro dela passa pela mobilização crescente e permanente. Do contrário, seremos sempre massa de manobra, acentuadas por medidas desmobilizadoras como o voto nulo, ainda que sejam sinceras.
Eduardo Nunes Loureiro
Dirigente nacional da Articulação de Esquerda, militante do PT-GO
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