sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Juventude quer falar; a juventude não vai te deixar dormir - Por Flávio Batista*


Falar de juventude não é fácil. Defini – lá muito menos. Estamos em vários lugares, somos explosões de adrenalina e insegurança, de medo e coragem, de amor e de ódio, somos uma contradição nata. O fato de nossa definição ser tão ampla nos permite dizer que na verdade não somos uma faixa etária a ser definida muito menos estatísticas definidoras de futura mão de obra econômica ativa, na realidade a nossa definição se encontra onde socialmente nos encontramos e culturalmente nos relacionamos.


Quando a sociedade dita moderna com uma estrutura hierarquizada, aponta lideres do coletivo familiar, detentor da propriedade privada, do poder econômico, político e ideológico, o poder de decisão da organização da vida acaba por ficar com quem se encontra no alto da pirâmide hierárquica. 

Nós os jovens como o senso comum nos define somos uma etapa de transição, definidas exclusivamente por nosso comportamento e estereótipos, esses por sua vez, são construídos socialmente, acabamos ficando de fora de tomada de decisões e a sociedade contemporânea capitalista e consumista acaba definindo nosso futuro, seja para mercado de trabalho ou por uma cultura fundamentalmente individualizada, na qual nossa capacidade criativa e potencial são alijados, monitorados, tutelados e até mesmo controlados como se fossemos um risco para a sociedade.

Os últimos anos têm demonstrado a incapacidade deste modelo de sociedade e de sua organização política, econômica e ideológica de compreender a juventude na sua diversidade e importância. O desemprego estrutural, as péssimas condições de trabalho e remuneração, a violência gritante, a saúde precária, a concentração fundiária, a monopolização dos meios de comunicação, a educação voltada apenas para formação de mão de obra entre outros problemas tem afetado diretamente a juventude e sua luta pela sobrevivência.

As PPJ (Políticas Públicas de Juventude) devem se basear na idéia que jovens são sujeitos de direitos com necessidades específicas e singulares, portadores de rica diversidade, com diferenças de identidade, organização e expressão artística, cultural, política, etc.). As PPJ têm papel importante no reconhecimento dessas peculiaridades e como ação afirmativa para que o poder público e toda sociedade passem a reconhecer este segmento. 

As conferências da Juventude é um marco importante para a participação e efetivação dos direitos políticos da juventude. A etapa municipal da juventude em Aparecida de Goiânia, contrapondo mesmo a maneira de organização histórica do município clientelista, que partem de decisões tomadas antes do debate profundo, e participação democrática, marcou claramente o espaço de decisório da conferência. 

A juventude do PT, os movimentos sociais e organizações juvenis se mostraram presente nos eixos de debates e juntos proporão, discutiram e aprovaram a criação de uma secretária de juventude e do conselho municipal de juventude.Proposta mais avançada do ponto de vista da participação democrática da juventude, isso permite a participação massiva da sociedade civil e garante a diversidade do contingente jovem de Aparecida de Goiânia. Foi nesse intuito que se reuniu a juventude de Aparecida de Goiânia se mostrou cansada do modelo de política do município e apresentou e apontou uma nova característica dessa geração; Se vocês não nos deixarem sonhar. Nós não os deixaremos dormir!

Flávio Batista
Morador de Aparecida de Goiânia-GO
Estudante de Geografia da Universidade Federal de Goiás
Coordenador do Cursinho Popular Vozes da Resitencia
e Militante do Partido dos Trabalhadores